A vasectomia, procedimento seguro e eficaz para contracepção masculina definitiva, é uma opção popular para homens que desejam evitar gravidez indesejada. Com o passar do tempo, no entanto, um indivíduo que se submeteu à cirurgia pode mudar de ideia e pensar em fazer uma reversão de vasectomia.

Afinal, uma decisão que parecia ser definitiva pode ser reavaliada. Em situações desse tipo, no entanto, é bastante comum que os pacientes tenham muitas dúvidas. É possível reverter os efeitos da cirurgia? Como isso acontece?

Neste artigo especial, você vai entender como funciona a operação de esterilização definitiva, o que exatamente é a reversão de vasectomia, como ela é realizada e quais são as chances de sucesso, entre outros detalhes relevantes a respeito.

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Vasectomia: tire suas dúvidas

Antes de abordar diretamente a reversão de vasectomia, vale a pena falar a respeito da cirurgia realizada para a esterilização para que você conheça melhor esse procedimento e tire suas dúvidas a respeito.

Normalmente feita com a aplicação de anestesia local no paciente, a vasectomia é executada por meio de uma incisão de aproximadamente um centímetro de extensão. O cirurgião remove uma pequena parte de cada um dos canais que conduzem os espermatozoides dos testículos ao pênis.

Manipular os testículos não é necessário durante a cirurgia, que costuma ser rápida e dura, normalmente, entre 15 e 20 minutos. Não há, também, a necessidade de internar o indivíduo para a realização do procedimento.

Cirurgia é regulamentada no Brasil

A vasectomia é regulamentada no Brasil por meio da Lei nº 9.263/1.996, relacionada ao planejamento familiar. Ela reitera que todos os cidadãos têm o direito de fazer essa estruturação.

Para fazer a cirurgia de forma voluntária, é necessário:

  • Ter pelo menos 21 anos ou ao menos 2 filhos vivos;
  • Manifestar a vontade de fazer a cirurgia ao menos 60 dias antes.

Tal manifestação precisa ser formal, por meio de um documento escrito e assinado pelo indivíduo. Nele, o homem afirma ter consciência dos possíveis efeitos colaterais da cirurgia, incluindo as dificuldades de uma futura reversão.

Depois da cirurgia

No dia da realização do procedimento, é necessário que o paciente permaneça em repouso depois da alta. Além disso, também é recomendado aplicar bolsas de gelo na região com o objetivo de aliviar a dor.

Nos primeiros 60 dias, é aconselhável utilizar outros métodos contraceptivos, como o preservativo, durante o ato sexual. Após esse período, a recomendação é fazer um espermograma para avaliar a fertilidade e verificar o sucesso da cirurgia.

A vasectomia pode trazer complicações?

Complicações são pouco comuns em cirurgias de vasectomia. Existe, entretanto, a possibilidade de que o paciente enfrente determinados problemas, como por exemplo:

  • Infecções;
  • Hematomas;
  • Edemas.

Existe, ainda, a possibilidade do homem desenvolver uma síndrome chamada de “dor pós-vasectomia”, em que ele sente desconforto leve ou moderado nos testículos. O problema costuma se resolver naturalmente com o passar do tempo.

Outras dúvidas sobre vasectomia

Como você viu, a vasectomia é minimamente invasiva e, na maior parte das vezes, não provoca complicações. Existem, no entanto, muitas outras dúvidas bastante comuns com relação a esse procedimento.

Existe o risco da cirurgia afetar a libido do homem? Ele pode sofrer com disfunção erétil? Quais são os detalhes da intervenção cirúrgica? Nós respondemos a essas e outras perguntas em um artigo especial sobre o tema.

Neste conteúdo, que já está disponível, você vai entender:

  • Detalhes da realização do procedimento;
  • Outras informações acerca da lei que regulamenta a vasectomia;
  • O pré-operatório antes da cirurgia;
  • Mais detalhes sobre possíveis complicações;
  • Falta de libido e disfunção erétil versus vasectomia;
  • As vantagens desse procedimento;
  • A relação da vasectomia com as ISTs;
  • Qual é o médico responsável pela intervenção;
  • Entre outros detalhes.

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Cirurgia de vasectomia: saiba tudo sobre a cirurgia

É possível fazer a reversão de vasectomia?

Se você passou pelo procedimento cirúrgico ou está pensando em se submeter a ele, mas tem interesse em saber sobre uma possível reversão de vasectomia, a boa notícia é que, sim, é possível reverter os efeitos da operação.

Há, no entanto, um detalhe que precisa ser esclarecido: por mais que fazer a reversão seja possível, a taxa de sucesso pode variar bastante de caso para caso. Afinal de contas, trata-se de uma intervenção mais complicada.

E não para por aí: o tempo também faz toda a diferença e precisa ser observado com atenção. Um paciente que se submeteu à intervenção há 3 anos, por exemplo, tem mais chances de revertê-la do que um homem que fez a cirurgia há 10 anos.

Portanto, é muito importante atentar-se a esse fator antes de tomar a decisão definitiva. Por mais que a reversão de vasectomia seja possível, ela não é garantida.

É possível fazer reversão de vasectomia? Informe-se neste artigo

A reversão de vasectomia

Antes de se submeter à intervenção para reverter o quadro, é necessário que o paciente procure um urologista e faça uma avaliação de sua saúde urológica, incluindo exames pré-operatórios que podem indicar se a cirurgia é, de fato, recomendada.

Durante a realização desse procedimento, o cirurgião responsável pelo caso faz a religação dos canais responsáveis por conduzir os espermatozoides dos testículos ao pênis — essa conexão foi cortada durante a vasectomia.

Esses dutos têm diâmetros reduzidos, o que dificulta o processo de reversão. É necessário fazer uso de um microscópio cirúrgico, fios e outros instrumentos de microcirurgia. Apenas profissionais capacitados e experientes devem fazê-la.

Como a cirurgia é realizada

No universo atual da medicina, existem duas técnicas para a reversão de vasectomia: a vasovasostomia e a vasoepididimostomia.

A primeira, mais frequente, é adotada quando a secreção próxima ao testículo apresenta espermatozoides. Ela permite a ligação dos canais por meio de suturas realizadas com fios mais finos que os fios de cabelo.

Quando a vasovasostomia não é viável ou não tem resultados satisfatórios, é realizada a vasoepididimostomia. Trata-se de uma técnica mais complexa, em que é feita a reconexão direta do ducto deferente ao epidídimo, uma estrutura localizada no testículo responsável por armazenar e amadurecer os espermatozoides.

A vasoepididimostomia é indicada quando há bloqueio ou obstrução no canal deferente próximo ao epidídimo, impedindo o fluxo normal de espermatozoides para a uretra do paciente.

Pós-operatório

Na maior parte das vezes, o pós-operatório da reversão de vasectomia é tranquilo. Existem, no entanto, algumas recomendações específicas. É indicado, por exemplo, que o paciente evite praticar esportes ou manter relações sexuais por pelo menos 3 semanas depois de sua realização.

Complicações oriundas desse tipo de intervenção são muito raras. Quando ocorrem, normalmente são infecções ou hematomas, que na maior parte se curam sozinhos e não demandam tratamentos.

Taxa de sucesso

Como já mencionado neste texto, as taxas de sucesso de uma cirurgia para a reversão de vasectomia variam de caso para caso e não é possível afirmar que um paciente terá êxito com o procedimento.

Alguns fatores podem diminuir as chances da reversão, entre eles:

  • Cicatrizações inadequadas;
  • Homens que apresentavam dificuldade de ter filhos antes da vasectomia;
  • Ausência de espermatozoides no líquido próximo aos testículos;

Nos casos em que a vasectomia realizada preserva os canais deferentes, a taxa de sucesso pode ser maior. Além disso, a experiência do cirurgião e a produção testicular de qualidade também são pontos positivos.

É importante destacar, mais uma vez, que nenhum ponto citado acima pode garantir o êxito na cirurgia.

Tempo

O tempo é um fator extremamente importante com relação ao sucesso da reversão de vasectomia. A Sociedade Brasileira de Urologia faz uma estimativa com relação ao tempo desde a realização da vasectomia até a reversão:

Tempo de vasectomia

Sucesso na cirurgia

Chance de gravidez

Menos de 3 anos

97%

76%

3 a 8 anos

88%

53%

9 a 14 anos

79%

44%

Mais de 15 anos

71%

30%

Outros tratamentos

Quando não há sucesso na cirurgia de reversão de vasectomia, é possível procurar outras opções de tratamentos para ter filhos. Uma das alternativas mais viáveis é a Fertilização in Vitro (FIV).

Trata-se de um procedimento de reprodução assistida em que os espermatozoides são coletados diretamente do testículo ou epidídimo (em casos de obstrução) e os óvulos são coletados da mulher. A fertilização é feita em laboratório.

Leia mais sobre fertilidade masculina neste artigo do blog do Dr. Renato Corradi:

Fertilidade masculina: conheça os fatores de risco

Procure um profissional capacitado

Conforme mencionamos neste artigo, um ponto bastante relevante para o sucesso da reversão de vasectomia está relacionado com a escolha do profissional. É preciso que o cirurgião seja capacitado e experiente, aumentando, assim, as chances de êxito na operação.

O Dr. Renato Corradi é um uro-oncologista que atende em Belo Horizonte e na Região Metropolitana. Com mais de 15 anos de carreira, já realizou mais de 3 mil cirurgias e transformou a vida de muitos homens.

Se você está em busca de um profissional capacitado, entre em contato! Você pode clicar aqui ou na imagem abaixo para realizar um pré-agendamento.