Raspagem da próstata: entenda o procedimento, as indicações e os cuidados
A raspagem da próstata, também conhecida como Ressecção Transuretral da Próstata (RTU), é um procedimento endoscópico amplamente utilizado para tratar a Hiperplasia Prostática Benigna (HPB).
A HPB é uma condição extremamente comum que afeta homens com mais de 50 anos, caracterizada pelo aumento da próstata. Esse aumento pode causar uma série de problemas urinários, impactando significativamente a qualidade de vida.
Neste artigo especial, você vai entender, em detalhes, o que é a raspagem da próstata, como é feita, suas indicações, os cuidados pré e pós-operatórios, possíveis riscos e alternativas ao procedimento, entre outras questões. Boa leitura.
Artigo validado pelo Dr. Renato Corradi
O artigo que você vai ler agora foi cuidadosamente revisado e validado pelo Dr. Renato Corradi, um experiente uro-oncologista especializado em cirurgia robótica de próstata. Com uma grande experiência de mais de 3,5 mil cirurgias realizadas, Dr. Renato atua em alguns dos hospitais mais renomados de Belo Horizonte, garantindo alto padrão de cuidado e expertise em suas avaliações e procedimentos.
O que é a raspagem da próstata?
A raspagem da próstata é uma cirurgia minimamente invasiva destinada a remover partes da próstata aumentada que obstruem o fluxo urinário.
A próstata é uma glândula localizada abaixo da bexiga e ao redor da uretra masculina. Sua principal função é produzir um fluido que, juntamente com as secreções das vesículas seminais e dos testículos, forma o esperma. Esse líquido é responsável por proteger e nutrir os espermatozoides.
A Hiperplasia Prostática Benigna (HPB), por sua vez, é uma condição na qual a próstata aumenta de tamanho, comprimindo a uretra e dificultando a passagem da urina. A RTU é realizada com o objetivo de aliviar os sintomas urinários causados pela HPB, melhorando a qualidade de vida do paciente.
Saiba tudo sobre a Hiperplasia Prostática Benigna (HPB)
Como você viu, a Hiperplasia Prostática Benigna é um problema considerado comum em homens mais velhos. Diante disso, é muito importante se informar a respeito dessa condição e entender suas causas e formas de tratamento.
O blog do Dr. Renato Corradi publicou diversos artigos relacionados a esse tema. Um dos mais recentes, traz alguns dos tópicos abaixo:
- O que é a HPB, com detalhes.
- Quais são as principais causas do problema.
- Fatores de risco para a próstata aumentada.
- Principais sintomas.
- Consequências da falta de tratamento.
- Quando procurar um médico.
- Principais formas de tratamento.
- E muito mais.
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O que é Hiperplasia Prostática Benigna? Causas, sintomas e tratamento
Saiba como é feita a raspagem da próstata
O procedimento é realizado por via endoscópica, utilizando um dispositivo chamado ressectoscópio. Tal instrumento é um tubo fino de metal, equipado com uma luz, uma câmera e um fio de arame.
A cirurgia é feita através da uretra, sem a necessidade de cortes na pele. O ressectoscópio é inserido pela uretra até a próstata, permitindo ao cirurgião visualizar a área afetada e remover o tecido prostático em excesso.
Durante a intervenção, o tecido prostático é cortado em pequenas partes, posteriormente extraídas pelo ressectoscópio. Isso reduz a pressão da próstata sobre a uretra, aliviando os sintomas urinários.
A RTU, na maioria das vezes, é efetuada sob anestesia geral ou raquianestesia, garantindo conforto e minimizando a dor durante o procedimento.
Pré-operatório: conheça os cuidados antes da RTU
Na fase anterior à realização da RTU, é fundamental que o paciente passe por uma série de exames a fim de avaliar a condição da próstata e descartar outras infecções urinárias.
Esses exames incluem ultrassom, tomografia e ressonância magnética, que fornecem uma visão detalhada da próstata e das estruturas adjacentes. Além disso, o paciente deve seguir algumas orientações pré-operatórias importantes. São as seguintes:
- Jejum: é necessário fazer um jejum de pelo menos oito horas antes da cirurgia com o objetivo de evitar complicações anestésicas. Isso ajuda a prevenir a aspiração de conteúdo do estômago para os pulmões durante a anestesia.
- Avaliação de infecções: qualquer infecção urinária deve ser tratada antes da cirurgia. A presença de infecções pode complicar o procedimento e o período de recuperação.
- Medicação: o paciente deve informar ao médico sobre todos os medicamentos que está tomando, pois alguns podem precisar ser interrompidos antes da cirurgia.
No dia do procedimento, o paciente é preparado e levado para a sala de operações. Após a administração da anestesia, o cirurgião responsável pela intervenção insere o ressectoscópio pela uretra até a próstata. A câmera no ressectoscópio permite que o cirurgião visualize a área em tempo real em um monitor.
Usando o fio de arame do ressectoscópio, o cirurgião corta o tecido prostático em excesso, que é removido em pequenos fragmentos. Esses fragmentos são posteriormente extraídos do corpo pelo ressectoscópio.
Todo o procedimento geralmente dura entre 60 e 90 minutos, dependendo do tamanho da próstata e da complexidade do caso.
Depois da cirurgia
Após a cirurgia, o paciente é transferido para a sala de recuperação, onde é monitorado até que os efeitos da anestesia desapareçam
É comum que o paciente permaneça internado por um a três dias para observação e cuidados pós-operatórios. Durante esse período, uma sonda de três vias é inserida na bexiga para ajudar a drenar a urina e irrigar a área operada.
A sonda tem três funções principais:
- Primeira via: insere água destilada dentro do balão da sonda para mantê-la no lugar.
- Segunda via: permite a passagem contínua de soro fisiológico para evitar a obstrução da sonda por coágulos sanguíneos.
- Terceira via: drena o líquido de irrigação e a urina misturada com sangue.
Recuperação depois da realização da RTU
Posteriormente à alta hospitalar, o paciente deve seguir uma série de cuidados para garantir uma recuperação bem-sucedida. Entre os mais importantes, estão:
- Repouso: fazer repouso nas primeiras duas semanas após a cirurgia é fundamental. Atividades físicas intensas devem ser evitadas, mas caminhadas leves são recomendadas para estimular a circulação sanguínea.
- Hidratação: beber bastante água ajuda a manter a urina diluída e a evitar a formação de coágulos.
- Dieta: seguir uma dieta leve e balanceada, conforme orientação médica, é essencial. Evitar alimentos que possam irritar a bexiga, como cafeína e alimentos picantes.
- Atividades sexuais: retornar às atividades sexuais gradualmente, o que geralmente é recomendado depois de aproximadamente 45 dias da cirurgia.
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Existem riscos? Informe-se
Embora seja considerada uma cirurgia segura, como qualquer procedimento cirúrgico, a RTU apresenta alguns riscos. As complicações mais comuns incluem:
- Incontinência urinária: pode ocorrer devido a danos aos músculos ou nervos que controlam a micção. Na maioria dos casos, essa condição é temporária.
- Estenose uretral: o estreitamento da uretra pode ocorrer em razão da cicatrização excessiva.
- Disfunção erétil: embora rara, pode ocorrer por causa de danos aos nervos responsáveis pela ereção.
- Ejaculação retrógrada: conhecida como ejaculação seca, ocorre quando o sêmen entra na bexiga ao invés de sair pela uretra. Isso não afeta a qualidade do orgasmo, mas pode impactar a fertilidade.
A disfunção erétil é um assunto importante. Leia mais sobre ele:
O que é disfunção erétil e quais são as opções de tratamentos
Existem outras alternativas para a próstata aumentada?
É importante destacar que, além da RTU, existem outras alternativas de tratamento para a Hiperplasia Prostática Benigna:
Enucleação da próstata com Holmium Laser (HoLEP)
Utiliza um laser para remover o tecido prostático em excesso, oferecendo uma alternativa minimamente invasiva com menor risco de complicação.
Vaporização da próstata
Emprega um cistoscópio com laser para vaporizar o tecido prostático. Esse método é eficaz, mas não é adequado a todos os pacientes. É preciso conversar com o médico responsável pelo caso para verificar a possibilidade.
Procure um especialista no assunto
Como você viu, raspagem da próstata (RTU) é um procedimento eficaz para o tratamento da hiperplasia prostática benigna, aliviando sintomas urinários significativos e melhorando a qualidade de vida dos pacientes.
Com os devidos cuidados pré e pós-operatórios, os riscos podem ser minimizados, e a recuperação, bem-sucedida. É extremamente importante que os pacientes discutam todas as opções de tratamento com o médico responsável pelo caso para escolher a mais adequada às suas necessidades individuais.
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