Angiomiolipoma renal: o que é, diagnóstico e gerenciamento

Os rins são órgãos extremamente importantes para o nosso organismo. Assim como outras estruturas do corpo, eles também podem sofrer com doenças e condições. Uma delas é o angiomiolipoma renal.

Trata-se de uma condição não tão conhecida, mas que pode provocar dúvidas, especialmente por ser um tumor. Mas você sabe do que se trata? Quais são as causas desse problema? Como é feito o diagnóstico?

Neste artigo, vamos responder a essas e a outras perguntas, e você vai conhecer também quais são as principais formas de tratamento. Aproveite a leitura!

Artigo validado pelo uro-oncologista Dr. Renato Corradi

O artigo que você vai ler agora foi validado pelo uro-oncologista Dr. Renato Corradi.

O Dr. Renato se formou em 2008, na Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, e fez residência médica em cirurgia geral, no Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (IPSEMG), entre os anos de 2009 e 2011.

Além de ter se especializado em urologia, com residência no Instituto Mário Penna, em Belo Horizonte, Dr. Corradi participou do programa de research fellow do Memorial Sloan-Kettering Cancer Center, em Nova York.

Hoje, é um médico urologista com foco, especialmente, na uro-oncologia.

Os rins e suas funções

Antes de entrar no assunto principal deste artigo médico, cabe trazer um contexto que vai ajudar você a entender a importância dos rins para o seu organismo.

Parte do sistema urinário do nosso corpo, os rins ficam localizados nos dois lados da coluna vertebral, atrás das últimas costelas. Cada um mede cerca de 12 centímetros e tem aproximadamente 150 gramas. São funções desses órgãos:

1. Ajudar o organismo a fazer a eliminação de toxinas ou dejetos, que são resultado do nosso metabolismo. Entre as substâncias eliminadas por ele, estão: a ureia, a creatinina e o ácido úrico.
2. Manter o equilíbrio de líquidos no corpo, eliminando o excesso de água, sais e eletrólitos. Isso evita o surgimento de edemas e até do aumento da pressão arterial.
3. Fazer a produção de hormônios importantes, como a eritropoetina (é ligada aos glóbulos vermelhos e evita a anemia), a vitamina D (responsável por ajudar na absorção de cálcio e fortalecer os ossos) e a renina (que ajuda na regulação da pressão arterial do organismo).

Doenças renais mais comuns

Também vale a pena citar algumas doenças muito comuns nos rins, já que, além de colocar a saúde de um indivíduo em risco, podem prejudicar seriamente a qualidade de vida e o bem-estar.

Entre as condições mais comuns nesses órgãos, estão:

• Insuficiência renal aguda: essa condição é caracterizada, principalmente, pela perda da função renal de maneira súbita, o que ocorre, na maioria das vezes, em razão de outros problemas de saúde. Embora seja um problema sério, pode ser reversível em alguns casos.

• Insuficiência renal crônica: por outro lado, quando a doença é crônica (ou seja, doenças com progressão lenta e longa duração), a perda das funções renais ocorre gradualmente. Em casos graves, procedimentos como a hemodiálise são necessários.

• Cálculo renal: outra condição que merece atenção são os cálculos renais, também chamados de “pedras nos rins”. Elas são resultado do acúmulo de determinadas substâncias dentro dos rins ou dos canais urinários.

Aproveite para ler um artigo completo sobre cálculo renal

Como você viu, os cálculos renais, ou pedras nos rins, são bastante comuns. Diante disso, é importante se informar a respeito. E o blog do Dr. Renato Corradi preparou um artigo completo sobre esse assunto para tirar todas as suas dúvidas.

Neste post especial, você vai encontrar:

• O que são cálculos renais.
• As principais causas do problema.
• Sintomas comuns das pedras nos rins.
• Como é feito o diagnóstico.
• Formas de tratamento.
• Possíveis formas de prevenção.
• E muito mais.

Leia agora:

Sintomas de pedra nos rins: tudo sobre cálculo renal

Afinal, o que é angiomiolipoma renal?

O angiomiolipoma renal é um tumor bastante raro, correspondente a aproximadamente 10% dos tumores que acometem os rins. Trata-se de uma condição considerada benigna pela sociedade médica.

Esses tumores são compostos, principalmente, por gordura, vasos sanguíneos e fibras musculares. É considerada uma condição que dificilmente apresenta sintomas, o que dificulta seu diagnóstico.

Normalmente, o angiomiolipoma renal é descoberto por acaso, por meio de exames de imagem realizados para a investigação de outras doenças ou condições.

Isso pode, no entanto, ser diferente quando o tumor é muito grande ou quando apresenta sangramento. Nesses casos em especial, pode causar dor no fundo das costas ou outras manifestações, incluindo o sangue na urina.

Aproveite para saber mais sobre esse assunto:

Sangue na urina do homem, o que pode ser? Principais causas

Outros sintomas possíveis

Além das manifestações já citadas, o angiomiolipoma renal pode causar:

• Dor na região lateral das costas
• Pressão alta
• Dor ou desconforto abdominal
• Anemia
• Insuficiência renal
• Infecção urinária

Diante da presença de qualquer sintoma, é fundamental procurar ajuda médica assim que for possível. A hemorragia causada pelo angiomiolipoma nos rins é considerada grave. Portanto, o tratamento deve ser iniciado o quanto antes a fim de evitar possíveis consequências.

O angiomiolipoma renal é o mesmo que câncer?

Por se tratar de um tumor, muitas pessoas acreditam que o angiomiolipoma pode ser um câncer. Na realidade, são coisas diferentes, já que o câncer é caracterizado por um tumor maligno, diferentemente do angiomiolipoma renal, que é benigno.

É primordial, no entanto, destacar um ponto: nos casos em que o tumor benigno é do tipo epitelioide, há um risco aumentado de se tornar, no futuro, um tumor maligno. Portanto, o acompanhamento médico é fundamental.

Possíveis causas do problema

Existem estudos em andamento e, até o momento, não é possível dizer, com clareza, quais são as causas desse tumor benigno. Ele pode ocorrer de maneira isolada ou, em outros casos, está associado a fatores genéticos.

Por ser mais comum em mulheres do que nos homens, acredita-se ainda que a condição esteja relacionada aos efeitos do estrogênio, principal hormônio feminino.

Como é feito o diagnóstico

Com base na suspeita de que há um problema renal, o profissional responsável pelo caso, além de fazer uma análise clínica da situação do paciente, incluindo seu histórico de saúde, pode solicitar alguns exames de imagem, como a tomografia computadorizada, a ressonância magnética ou o ultrassom.

Em alguns casos, é necessário realizar uma biópsia renal do tumor, que, tanto pode confirmar o diagnóstico como determinar o tipo de angiomiolipoma renal e, então, descartar outras condições que apresentam alterações de saúde parecidas.

Tratamento do angiomiolipoma renal

Os tratamentos são realizados, normalmente, sob a orientação de um nefrologista ou urologista. A maneira de tratar o angiomiolipoma às vezes varia de acordo com a presença ou não de sintomas, o tamanho do tumor, o padrão de crescimento e os riscos de ele se tornar maligno.

Em algumas situações,  pode até haver mais de um tumor. O acompanhamento regular, com a realização de exames de imagem, talvez seja a melhor indicação para alguns casos, preferencialmente uma vez por ano.

Em determinadas circunstâncias, no entanto, pode ser necessário adotar tratamentos específicos. Entre os mais comuns, estão:

• Medicamentos: geralmente são receitadas medicações como sirolimo e everolimo, por exemplo, com o objetivo de reduzir o tamanho do tumor. Na maioria das vezes, esse tipo de tratamento é indicado para casos em que o angiomiolipoma é hereditário.

• Ablação: a terapia de ablação, com o propósito de destruir o tecido tumoral. Crioterapia e radiofrequência são algumas das opções.

• Embolização: nesse caso, o objetivo é fazer a interrupção do abastecimento de sangue para o tumor. A embolização também pode ser utilizada como tratamento de emergência quando há sangramento.

Por fim, há a possibilidade de fazer uma cirurgia chamada nefrectomia, em que um cirurgião faz a remoção da parte do rim afetada pelo tumor. Em alguns casos, o órgão pode ter sua remoção total.

Esta última situação é recomendada apenas quando há suspeita de uma lesão maligna ou nos casos em que as outras alternativas de tratamento não podem ser levadas a efeito por alguma razão.

A nefrectomia pode ser feita por cirurgia robótica. Aproveite, portanto, para saber mais a respeito desse assunto. O Dr. Renato Corradi preparou um e-book completo sobre tal procedimento para você tirar suas dúvidas.

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Dia Mundial do Rim

Já que os rins são os protagonistas do assunto deste artigo, também é importante citar que existe uma data especial relacionada: o Dia Mundial do Rim, celebrado, todos os anos, na primeira segunda-feira do mês de março.

O objetivo dessa data é, acima de tudo, conscientizar a população a respeito das doenças renais, as quais citamos neste texto. O foco é um só: promover a prevenção e a adoção de hábitos saudáveis para os rins.

A Organização Internacional World Kidney Day, em informações divulgadas pelo Ministério da Saúde, indica que pelo menos 10% da população mundial sofre com doenças renais crônicas, o que corresponde a mais de 800 milhões de pessoas.

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