Quando o PSA é preocupante? Essa é uma das perguntas mais frequentes entre os homens a partir dos 45 ou 50 anos que fazem exames de rotina ou enfrentam sintomas urinários. O PSA, sigla para Antígeno Prostático Específico, é considerado um dos principais marcadores utilizados para avaliar a saúde da próstata.

Alterações nos níveis dessa substância podem gerar ansiedade e muitas dúvidas sobre a possibilidade de um câncer ou outro problema urológico. Neste artigo, você vai se informar sobre tudo o que precisa saber a respeito do PSA.

Descubra o que esse exame avalia, quais os níveis normais, quando o PSA é preocupante de fato, o que pode causar elevações benignas, como o exame é interpretado pelos médicos e o que fazer ao receber um resultado com alteração.

Texto validado pelo uro-oncologista Dr. Renato Corradi

O texto que você vai ler, a partir de agora, foi validado pelo uro-oncologista Dr. Renato Corradi. Especialista em câncer de próstata e em cirurgia robótica, ele já realizou mais de 4 mil procedimentos em mais de uma década de carreira.

Atualmente, atende em alguns dos melhores hospitais de Belo Horizonte e da Região Metropolitana. Você pode saber mais a respeito dele em seu Instagram, clicando aqui, ou marcar uma consulta, clicando aqui.

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Próstata: afinal, para que serve essa glândula?

Antes de você entender quando o PSA é preocupante, vale a pena conhecer melhor a próstata, já que essa glândula está diretamente relacionada ao tema.

A próstata é uma glândula que faz parte do sistema reprodutor masculino e fica localizada logo abaixo da bexiga e à frente do reto do homem. Ela envolve o início da uretra, isto é, o canal por onde a urina e o sêmen são eliminados do organismo.

A próstata tem como função principal fazer a produção do fluido que compõe o sêmen. Esse líquido, rico em enzimas e proteínas como o PSA, nutre e protege os espermatozoides durante a ejaculação. A próstata também participa do mecanismo de controle da micção, graças à sua localização em torno da uretra.

Com o avanço da idade, é comum que a próstata aumente de tamanho, um processo chamado de Hiperplasia Prostática Benigna (HPB). Esse crescimento pode gerar sintomas urinários, dificultar o esvaziamento da bexiga e impactar diretamente os níveis de PSA. Aproveite para ler artigos completos sobre a HPB:

O que é PSA?

O Antígeno Prostático Específico (PSA) (ou prostate-specific antigen, em inglês) é uma proteína produzida pelas células da glândula prostática, presente tanto no sêmen quanto, em menor quantidade, no sangue.

Sua principal função é atuar na liquefação do esperma após a ejaculação, facilitando a mobilidade dos espermatozoides. Embora esteja presente em todos os homens, os níveis de PSA no sangue variam com a idade e a saúde da próstata.

O exame que afere a concentração de PSA no sangue é uma das principais ferramentas empregadas pelos urologistas para avaliar a presença de alterações na glândula, incluindo câncer de próstata, inflamações e crescimento benigno (a HPB).

Quando são encontradas alterações nos níveis presentes no organismo, é preciso avaliar se as causas são benignas ou malignas e, a partir disso, trabalhar em tratamentos adequados para garantir a saúde e a qualidade de vida do homem.

Para que serve o exame de PSA?

Esse exame é considerado um aliado muito importante na saúde do homem, especialmente na medicina preventiva. Ele é utilizado principalmente para:

  • Rastreio de câncer de próstata: é o uso mais conhecido do exame, especialmente em homens acima dos 50 anos ou em grupos de risco (histórico familiar ou etnia negra).
  • Diagnóstico de alterações benignas: o PSA também se eleva em casos de Hiperplasia Prostática Benigna (HPB), prostatites ou infecções urinárias e genitais.
  • Acompanhamento pós-tratamento: pacientes que passaram por cirurgia, radioterapia ou outros tratamentos para câncer de próstata precisam monitorar o PSA com frequência para avaliar o avanço clínico.
  • Avaliação de sintomas urinários: dificuldades para urinar, jato fraco, aumento da frequência noturna e outras queixas podem motivar a realização do exame.

Vale lembrar que o PSA não é um exame diagnóstico por si só, mas um indicativo de que algo pode não estar bem. Ele deve ser sempre interpretado por um especialista, que pode solicitar exames complementares posteriormente.

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Como é feito o exame de PSA?

Estamos falando de um exame simples e rápido, feito por meio da coleta de uma pequena amostra de sangue. No entanto, apesar da simplicidade, alguns cuidados devem ser tomados para evitar resultados alterados por motivos não relacionados à saúde da próstata. Antes do exame, é importante:

  • Evitar manter relações sexuais ou ejacular 48 horas antes do exame.
  • Evitar andar de bicicleta, motocicleta ou praticar exercícios de impacto pélvico por 2 dias antes da coleta.
  • Aguardar 4 dias para o exame em caso de uso de supositórios, toque retal ou sondagem uretral.

Também é indicado verificar com seu médico, a necessidade de aguardar alguns dias, em caso de ultrassom transretal, colonoscopia, retossigmoidoscopia ou estudo urodinâmico.

O preparo adequado contribui para a confiabilidade do resultado e para a correta interpretação clínica. Não é necessário fazer jejum antes da coleta de sangue para o exame PSA.

Tabela de PSA por idade

Os valores de referência para o PSA são medidos em nanogramas por mililitro (ng/mL) e podem variar conforme a idade do paciente e o laboratório que realiza o exame. De forma geral, considera-se:

 

Contudo, é essencial entender que esses valores são apenas uma diretriz. Um PSA “normal” não descarta completamente o câncer, da mesma forma que um PSA levemente elevado pode não ter relação com um tumor. Por isso, conhecer quando o PSA é preocupante exige uma abordagem individualizada do especialista.

Quando o PSA é preocupante?

O PSA é considerado preocupante quando está acima dos valores esperados para a idade, apresenta elevação rápida, está acima de 10 ng/mL ou quando outros exames sugerem alteração na próstata. Informe-se melhor a respeito na imagem abaixo:

Por essa razão, nos casos em que o PSA é preocupante, o urologista não observa apenas um número isolado, mas também investiga profundamente o conjunto de achados clínicos e laboratoriais, a fim de encontrar o problema e, a partir dele, indicar o tratamento mais adequado.

Aproveite para ler outro artigo sobre o PSA no blog do Dr. Renato Corradi:

Qual é o normal do PSA total? Informe-se sobre o exame

Causas benignas de elevação do PSA

É muito importante destacar que, antes de pensar em câncer de próstata, se deve considerar que existem outras diversas causas comuns de elevação do PSA. Estão entre as principais causas benignas:

  • Hiperplasia Prostática Benigna (HPB): aumento do tamanho da próstata com o envelhecimento.
  • Prostatite: inflamação ou infecção na próstata, que pode ser aguda ou crônica.
  • Infecções urinárias: possibilidade de causar leve elevação do PSA.
  • Relações sexuais recentes: a ejaculação pode elevar temporariamente os níveis de PSA.
  • Procedimentos urológicos ou exames invasivos recentes.

Não sabe o que é prostatite? Este artigo vai tirar todas as suas dúvidas, leia agora:

Desvendando a prostatite: um Guia completo pelo Dr. Renato Corradi

PSA elevado sempre significa câncer?

Felizmente, não. Estima-se que até 75% dos casos de PSA elevado sejam causados por condições benignas, segundo informações divulgadas pelo governo do Reino Unido. No entanto, isso não significa que o exame deve ser ignorado.

Dados divulgados pela American Cancer Society indicam que cerca de 15% dos homens com PSA abaixo de 4 ng/mL podem apresentar câncer detectável em biópsia, sendo esse um sinal de alerta. Por essa e por outras razões, outros exames e critérios clínicos são usados para avaliar o risco real.

PSA alterado. E agora?

Caso o exame apresente um PSA alterado, é imprescindível procurar um urologista – caso o paciente ainda não esteja sendo acompanhado por um profissional. Diante dos resultados, o médico pode fazer algumas solicitações, por exemplo:

  • Repetir o exame em algumas semanas para confirmar a elevação.
  • Pedir o PSA livre e total para refinar a análise.
  • Realizar toque retal para avaliar consistência e presença de nódulos.
  • Solicitar ressonância magnética da próstata.
  • Indicar biópsia da próstata se houver forte suspeita de câncer.

O mais relevante é evitar conclusões precipitadas. A ansiedade causada por um resultado alterado pode ser reduzida com informação clara e acompanhamento médico próximo. Apenas o urologista está apto a interpretar o resultado do exame e a indicar o melhor passo a ser seguido.

Diferença entre PSA total e PSA livre: por que isso importa?

Quando o PSA é preocupante, um dos exames mais solicitados para investigação complementar é a dosagem de PSA livre e PSA total. Esses dois resultados oferecem uma visão mais precisa do que pode estar causando a elevação do PSA no sangue.

PSA total é a quantidade total de antígeno prostático específico presente no sangue do homem, somando todas as frações – tanto as que circulam livremente quanto aquelas ligadas a proteínas.

PSA livre, por outro lado, é a porção do PSA que circula de forma isolada, sem estar ligada a proteínas no sangue.

A proporção entre PSA livre e PSA total é bastante útil na medicina. Em homens com PSA total entre 4 e 10 ng/mL, uma proporção baixa de PSA livre (geralmente abaixo de 10% a 15%) pode indicar maior risco de câncer de próstata.

Por outro lado, uma proporção elevada de PSA livre (acima de 25%) tende a sugerir uma condição benigna, como a Hiperplasia Prostática Benigna (HPB). Tal exame ajuda o urologista a decidir se há necessidade de investigação adicional, como uma biópsia, ou se o acompanhamento clínico pode ser suficiente.

Exames complementares ao PSA

Agora que você entendeu o que é o PSA, qual é a importância desse exame e quando o PSA é preocupante, vale a pena se atentar aos exames considerados complementares, tornando o diagnóstico mais preciso. São eles:

  • Exame de toque retal: permite ao urologista avaliar o tamanho da próstata e constatar a presença de nódulos suspeitos na glândula.
  • Biópsia da próstata: indicada quando há forte suspeita de câncer; consiste na retirada de fragmentos da glândula para análise microscópica.
  • Ultrassonografia transretal: exame de imagem que ajuda na visualização da próstata para orientar biópsias.
  • Ressonância magnética (RM) da próstata: fornece imagens detalhadas e pode identificar áreas suspeitas de tumor com maior precisão.

Esses exames ajudam a confirmar ou a afastar a presença de câncer de próstata. Além disso, podem contribuir para o planejamento do tratamento mais adequado – nos casos em que isso é necessário.

Quando iniciar o rastreamento com PSA?

Uma das dúvidas mais comuns relacionadas ao exame PSA é sobre a idade. Afinal de contas, quando um homem deve começar a fazer o exame? As indicações podem variar de acordo com a idade e outros fatores (veja quadro abaixo).

 

A periodicidade do exame depende dos resultados anteriores e da orientação do urologista. Aproveite para ler dois conteúdos que podem ajudar você a cuidar melhor da sua saúde com um especialista em urologia. Confira:

PSA e idade: o que muda ao longo da vida?

É natural que a próstata aumente de tamanho com o passar dos anos. Esse crescimento pode levar a um aumento gradual e benigno do PSA. Por isso, os valores de referência são ajustados conforme a idade.

No entanto, um aumento muito rápido ou desproporcional deve sempre ser investigado, mesmo em homens mais velhos. A indicação é geralmente a mesma: visitar o urologista regularmente para acompanhar sua saúde prostática.

Como o PSA se comporta após a cirurgia de próstata?

Posteriormente à a prostatectomia radical, o PSA deve cair a níveis indetectáveis. Qualquer elevação depois desse procedimento pode indicar recidiva. Já após radioterapia, o PSA tende a demorar mais tempo para cair, sendo monitorado em longo prazo.

Pacientes em vigilância ativa (que têm câncer de próstata não agressivo ou que não podem fazer tratamentos mais radicais – são apenas acompanhados) também fazem PSA regularmente para avaliar progressão.

Câncer de próstata: entenda a relação com o PSA

Agora que você compreendeu melhor o papel do PSA e dos exames complementares, é importante conhecer também a condição mais temida quando o assunto é saúde prostática: o câncer de próstata.

Trata-se do tipo de câncer mais comum entre os homens no país, ficando atrás apenas dos tumores de pele não melanoma. Segundo dados do INCA (Instituto Nacional de Câncer), são estimados mais de 70 mil novos casos, por ano, no Brasil.

O câncer de próstata é responsável por milhares de mortes todos os anos – mas o que poucos sabem é que, quando diagnosticado precocemente, ele tem altas chances de cura, ultrapassando 90% dos casos.

O PSA é justamente um dos exames mais utilizados no rastreamento e no acompanhamento dessa doença. Por isso, entender quando o PSA é preocupante é também uma forma de prevenir ou detectar precocemente o câncer de próstata.

Como surge o câncer de próstata?

O câncer de próstata se desenvolve quando as células da glândula começam a crescer de maneira descontrolada. Em sua fase inicial, ele pode ser completamente silencioso, sem qualquer sintoma. Por esse motivo, o acompanhamento médico e a realização de exames de rotina são fundamentais.

Fatores de risco incluem:

  • Idade superior a 50 anos.
  • Histórico familiar de câncer de próstata (pais ou irmãos).
  • Etnia negra, que apresenta maior incidência e formas mais agressivas.
  • Alimentação rica em gorduras e vida sedentária.
 
 
 
 
 
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Vale também conhecer as manifestações mais comuns do câncer de próstata:

  • Dificuldade para urinar.
  • Jato urinário fraco ou interrompido.
  • Aumento da frequência urinária, principalmente à noite (nictúria.;
  • Sangue na urina ou no sêmen.
  • Dor na pelve, nos ossos ou nas costas (quando há metástase).
  • Perda de peso inexplicada.

É essencial destacar que a maioria dos casos diagnosticados em fase precoce não apresenta sintomas. Aqui, o PSA mostra sua importância: ele pode apontar alteração antes que qualquer sinal clínico apareça.

 
 
 
 
 
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Quais são os tratamentos possíveis para o câncer de próstata?

O tratamento varia de acordo com o estágio da doença, a idade do paciente,  comorbidades e características do tumor. As principais opções incluem:

  • Vigilância ativa: para tumores de baixo risco, especialmente em homens mais velhos, com monitoramento periódico por PSA, toque e ressonância.
  • Cirurgia (prostatectomia radical): remoção completa da próstata, indicada principalmente em casos localizados.
  • Radioterapia: tratamento com radiação para destruir as células cancerosas. Pode ser usado sozinho ou após a cirurgia.
  • Terapia hormonal: é usada para reduzir a produção de testosterona, o principal hormônio masculino, que estimula o crescimento do tumor.
  • Quimioterapia: é recomendada em casos mais avançados ou resistentes à terapia hormonal.

A escolha do tratamento deve ser individualizada e discutida com o médico responsável pelo caso. Em muitas situações, há mais de uma alternativa válida, e os prós e os contras de cada abordagem devem ser considerados.

Por que o diagnóstico precoce é tão importante?

Detectar o câncer de próstata no início aumenta em 90% as chances de cura. 

Tumores localizados têm grandes chances de cura com tratamentos menos agressivos. Quando o diagnóstico é feito em estágios avançados, o tratamento é mais complexo, com maiores efeitos colaterais e menor chance de controle total da doença.

Se você tem mais de 45 anos ou faz parte de algum grupo de risco, converse com um urologista de confiança sobre o rastreamento do câncer de próstata. A prevenção pode salvar vidas.

À procura de um urologista de confiança?

O Dr. Renato Corradi é especialista em câncer de próstata e cirurgia robótica. Ele já realizou mais de 4 mil cirurgias, ao longo dos anos, e está disponível para atendimento em Belo Horizonte e na Região Metropolitana. Agende uma consulta!

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FAQ: principais perguntas e respostas sobre o PSA

  • Exame PSA precisa de jejum?

Embora alguns cuidados sejam necessários antes da realização do PSA, não é necessário fazer jejum.

  • O que significam PSA total e PSA livre?

Enquanto o PSA total soma todas as formas de proteína no sangue, o PSA livre demonstra o quanto de PSA circula no organismo sem ligação com outras substâncias.

  • Quando o PSA livre é preocupante?

Quando representa menos de 10%–15% do PSA total.

  • Qual valor de PSA indica câncer?

Não há um valor exato, especialmente porque os níveis considerados normais mudam de acordo com a idade. Em qualquer faixa etária, PSA acima 6,5 ng/mL é preocupante.

  • Qual a taxa normal do PSA livre e PSA total? Qual o valor normal do PSA?

A taxa considerada normal varia de acordo com a idade. Consulte o quadro presente neste artigo.

  • Quais os sintomas de PSA alto?

O PSA alto não apresenta sintomas, necessariamente. Essa taxa, no entanto, pode estar associada a problemas urinários, como dificuldade para urinar, jato fraco ou vontade frequente de urinar.

  • O que é exame PSA?

É um exame de sangue que mede o nível do antígeno prostático específico, ou seja,  proteína produzida pela próstata.

  • Como fazer a leitura do resultado do exame PSA?

É importante que um urologista avalie o exame. Ainda que seja possível comparar com os valores considerados normais em cada faixa etária, apenas um profissional pode analisar os resultados corretamente e indicar os próximos passos.